quarta-feira, 22 de outubro de 2014

sábado, 18 de outubro de 2014

Estreia em Portugal do filme Tim-Tim e o Mistério das Laranjas Azuis

O filme Tintim et les Oranges Bleus foi estreado em Portugal a 21 de Dezembro de 1964 no extinto cinema Condes na Avenida da Liberdade em Lisboa. Foi uma estreia cinematográfica para a época natalícia. Eis o recorte do anúncio da estreia.


Exposição Hergé, Tintin e Ca. na banda desenhada portuguesa

terça-feira, 14 de outubro de 2014

Tintin em Lisboa

Com as cheias de ontem em Lisboa, alguém parodiou a situação com uma vinheta da série Joana, João e o Macaco Simão do álbum «A erupção do Karamako".






segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Por que é que quase não há mulheres em Tintim? Por causa do pai de Hergé

Serge Tisseron descobriu por que existem tantos homens nas aventuras de Tintim: Hergé, autor da banda desenhada, era obcecado pela história do pai, que, por sua vez, não foi reconhecido pelo avô.


O psicólogo Serge Tisseron levou o Tintim a uma sessão de psicanálise e descobriu uma série de segredos sobre a família de Hergé, autor da banda desenhada, conta o jornal espanhol El Mundo. Sabe porque é que não existem mulheres nas aventuras de Tintim? Segundo o psicólogo, porque a personagem que invade os livros que Hergé começou a criar em 1929 é fruto da imaginação de uma criança de cinco anos, que quer viajar até à lua e perceber porque é que o pai e o tio nunca souberam quem era, na verdade, o seu pai. Os gémeos, pai e tio de Hergé, cresceram a acreditar que o seu pai era alguém a quem a avó tinha pago para reconhecê-los.
“O avô de Hergé engravidou a empregada do castelo onde vivia com a mãe, a baronesa, que pagou a outro homem para se fazer passar por pai do pai de Hergé, porque acreditava que era uma desonra para o filho reconhecer a gravidez”, explica Serge Tisseron.
Na banda desenhada do Tintim, estão representadas três gerações da família de Hergé: a da avó, representada por Bianca Castafiore, a do pai e tio, representada pelos gémeos Dupond e Dupond, e a sua, representada por Tintim, pelo Capitão Haddock e pelo Professor Girassol.
“Sim, ele próprio o confessou. Disse que Tintin era ele [Hergé] quando era perfeito, que o Capitão Haddock era ele quando bebia mais do que o habitual e que o Professor Girassol era ele quando trabalhava muito”, explicou Tisseron, que já publicou vários livros com o resultado deste estudo.
O facto de o jornalista ruivo estar rodeado de figuras paternas tem precisamente a ver com a obsessão infantil de Hergé pelo pai. “Ele via o pai triste e questionava porquê. Construiu todas estas personagens para tentar dar um sentido à história do pai”, explicou o psicólogo.
Tisseron descobriu que havia um problema de reconhecimento na família de Hergé quando, num dos livros, surge a hipótese de Capitão Haddock ser filho bastardo do rei Luís XIV. “Havia alguém que não tinha reconhecido um filho e esse alguém era nobre”, explica. Depois de ter dado conta disso, Tisseron foi falar com biógrafos de Hergé, que lhe contaram a história do pai do autor.
“Os pais que escondem coisas dos filhos, sobretudo se estão relacionadas com a sua conceção, como aqueles que recorrem à reprodução assistida, podem perder a confiança deles para sempre”, explica o psicólogo.
Para que algo deste tipo não aconteça, Tisseron explicou, nas conferências que deu em Barcelona, que “os pais devem assegurar-se que contam aos filhos como foram concebidos e porquê”. E acrescentou: “Às vezes, os pais têm medo de contar [a verdade] porque acreditam que os filhos vão gostar menos deles se souberem que não são seus filhos biológicos, mas não está correto. Escondendo este facto, a única coisa que podem provocar é insegurança na criança, que não saberá o que pode perguntar ou não aos pais”, explicou.
A idade ideal para começar a falar com as crianças sobre este assunto é a partir dos cinco anos, ainda que possam ir ensaiando antes, como se fosse uma peça de teatro. Por último, devem eliminar os segredos da família. Porque os segredos podem pesar tanto que causam autênticas obras-primas.
Ana Pimentel in Observador

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Papá em África

Papá em África é uma crítica à dominação racial e colonial que atravessa, ainda hoje, em pleno pós-apartheid, a sociedade sul-africana, mostrando como certas estruturas sobrevivem à destruição dos quadros legais que lhes deram origem. Mas não se enganem, não vão encontrar na obra de Anton, caminhos ou sonhos para uma “nação arco-íris”; nem é oferecida nenhuma reinvenção do lugar do negro na BD ou alguma espécie de “herói” negro da resistência que pudesse ser “voz” da população negra sul-africana, de que Anton, aliás, na realidade não faz parte nem tem a pretensão de ser.

O objectivo central de Papá em África é pontapear com escárnio e pontaria certeira a hipocrisia e a (má) consciência da África do Sul branca, num pós-apartheid lobotomizado. Anton  crítica corrosivamente o imaginário colonialista e racista, como aquele oferecido por Hergé em Tintim no Congo (1931), álbum que Anton admite ser a sua Bíblia visual, onde volta sempre para sacar mais uma imagem ou uma sequência narrativa.

Papá em África é o 25º álbum da editora Mmmnnnrrrg, a editar este mês com as assinaturas de Anton Kannemeyer e Tomi Misturi.